Danilo Silveira, Diretor-executivo da FenSeg, fala sobre o lançamento do Novo PAC

Danilo Silveira, Diretor-executivo da FenSeg, fala sobre o lançamento do Novo PAC

Danilo Silveira, diretor-executivo da FenSeg, conversou com o Sindicato das Seguradoras RJ/ES sobre as oportunidades abertas para os seguros de danos e responsabilidades pela nova conjuntura, que inclui perspectivas mais positivas para a economia e lançamento do Novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Confira a entrevista:

1 – O maior impulso às obras de infraestrutura no país, com o lançamento do programa Novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, combinado à melhora no cenário econômico e a criação do GT da SUSEP “Seguros, Novo PAC e Neoindustrialização” podem ter um impacto positivo no mercado de seguros de danos e responsabilidades? De que maneira? 

Embora o mercado de seguros seja um dos poucos segmentos da economia brasileira que se mantenha em crescimento mesmo em épocas de retração do consumo, o que comprova a sua força e resiliência, é inegável que a melhora no cenário econômico tende sempre a reforçar na população o valor de se proteger o patrimônio por meio do seguro. É nessas horas, aliás, que a cultura securitária avança um pouco mais entre as famílias e as empresas. 

Quanto às medidas anunciadas pelo governo federal e a iniciativa da SUSEP, sem dúvida devem induzir à contratação do seguro em várias frentes. Isso porque os seguros de danos e responsabilidades são amplos e versáteis, abrangendo mais de 90 ramos de seguros.        

2 – Indo do geral para o específico, quais seguros gerais (danos e responsabilidades) devem se beneficiar da retomada das grandes obras de infraestrutura?

Os seguros Patrimoniais, Responsabilidade Civil, Riscos de Engenharia, Transportes e o Seguro Garantia. Para ilustrar, citamos os seguros Patrimoniais para atividades em operação, enquanto obras se utilizam do seguro de Riscos de Engenharia. Já o seguro Garantia, que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas, é essencial para licitações e concessões públicas. 

Para contribuir para a disseminação das informações sobre o seguro Garantia, a FenSeg vem realizando uma série de ações. Em destaque o evento “O novo Seguro-Garantia de obrigações contratuais”, ocorrido em Brasília, em maio deste ano, e dirigido a órgãos e servidores públicos. Reunindo um time de especialistas abrangendo as principais seguradoras e escritórios jurídicos que atuam no segmento, o encontro discutiu as recentes mudanças regulatórias da SUSEP, a nova Lei de Licitações e seu impacto na gestão da administração pública. 

3 – Os governos falam cada vez mais em transição energética para fontes renováveis, como eólica e solar. O mercado de seguros de danos e responsabilidades pode se beneficiar da agenda ambiental? 

Sem dúvida. Ainda que haja um longo caminho a percorrer por parte das empresas brasileiras nesse quesito, é preciso destacar que algumas regiões estão mostrando que as corporações estão contratando mais seguro ambiental. No Amazonas, por exemplo, cuja representatividade para a pauta ambiental dispensa maiores apresentações, registrou crescimento de 372% no primeiro semestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2022, com arrecadação de R$ 1 milhão. As empresas sediadas no estado concentram 43% da arrecadação deste seguro na Região Norte.

Por outro lado, o avanço das energias renováveis no Brasil oferece uma imensa e diversificada oportunidade de expansão para o mercado de seguros. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 83,7% da matriz energética do Brasil, atualmente, vem de fontes renováveis. A média global é de 30%. A previsão é que, até 2027, o Brasil aumente o percentual para 89%, com foco nas energias solar e eólica. Isso abre muitas possibilidades. No caso da adoção da energia solar, por exemplo, como ela é aplicável em residências, empresas, condomínios e grandes parques, tende a ativar uma verdadeira cadeia produtiva do mercado de seguros, uma vez que necessitará da proteção do seguro para o gerenciamento de riscos em variadas situações. De modo geral, a expansão das matrizes limpas deve acionar os seguintes ramos de seguros gerais: Riscos de engenharia, Garantia, RC (Responsabilidade Civil), Transporte de cargas, Empresarial, Residencial e Condomínio.

4 – E quais as perspectivas para os demais seguros? 

Partindo da premissa de que o segmento de seguros de danos abrange desde celulares a automóveis e satélites, passando por residências e as maiores obras de infraestrutura, até a produção agrícola do interior do Brasil, o desenvolvimento econômico como um todo deve contribuir para a expansão da indústria de seguros, beneficiando empresas e pessoas físicas. Por outro lado, vale dizer que o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), elaborado pela CNseg em conjunto com a FENACOR, deve abrir uma promissora perspectiva de crescimento para aquelas modalidades de seguro que ainda não alcançaram uma adesão à altura de seu potencial, como Residencial, Empresarial e Riscos Cibernéticos, além de diversas outras do leque de Responsabilidade Civil.

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